O risco de um calote em larga escala nos Estados Unidos já não parece mais uma hipótese distante. Segundo o secretário do Tesouro, Scott Bessent, o país poderá enfrentar dificuldades sérias para honrar sua dívida pública já no final do verão.

Bessent alertou que os cofres do governo podem ficar sem recursos para cumprir seus compromissos financeiros — que somam mais de US$ 36,9 trilhões — entre meados e o fim da estação. Ele explicou que é impossível cravar uma data exata, já que esse prazo é constantemente ajustado.

Em maio, o secretário já havia descrito a trajetória fiscal dos EUA como “preocupante”, destacando as dificuldades crescentes para operar dentro do limite de endividamento federal. Ele se comprometeu a informar o Congresso assim que o Tesouro se aproximar do chamado “X-date” — o momento em que o governo não conseguirá mais pagar todas as suas obrigações. Apesar do cenário desafiador, Bessent garantiu que não haverá uma declaração formal de calote nem o uso de “manobras artificiais” para contornar o teto da dívida.

O tema já vinha sendo debatido desde dezembro de 2024, quando o presidente Donald Trump pediu ao Congresso que suspendesse o teto da dívida. Segundo ele, não seria possível aprovar um orçamento temporário sem antes resolver essa questão. Na ocasião, o presidente afirmou que o congresso precisa acabar com esse teto de endividamento ridículo ou prorrogá-lo até, pelo menos, 2029.